Diferente de todo o restante do portfólio, esse não é um job. Quer dizer: é, mas é diferente.
O sertãopunk é um movimento artístico, mas que nasceu na literatura. A ideia foi criada por mim e outros dois escritores, também nordestinos e negros (G. G. Diniz e Alec Silva) como uma forma de pensar o Nordeste brasileiro na ficção especulativa (seja ela ficção científica, terror ou fantasia) colocando o nordeste como evidência e valorizando o que a gente tem de melhor.
Tudo começou em 2019, quando a gente trouxe o assunto em discussão no meio literário, com uma proposta estética que une afrofuturismo, realismo mágico e solarpunk, três gêneros literários que respondem ao que o nordeste tem de mais potente: ancestralidade, crenças, espiritualidade e potências naturais.
Com o lançamento gratuito do manifesto Sertãopunk: Histórias de um Nordeste do amanhã na Amazon (hoje, já fora da plataforma), alcançamos mais de 1200 avaliações durante o período de publicação e e chamamos bastante atenção; o movimento deixou deixou de ser apenas uma ideia e se consolidou como um subgênero brasileiro e nordestino de ficção no Brasil (inclusive sendo citados no artigo oficial da Wikipedia sobre a ficção científica brasileira).
A escritora norte-americana Charlie Jane Anders, vencedora de prêmios como o Hugo Awards e Nebula, #5 nos mais vendidos da Times em 2016, também se interessou pelo sertãopunk e comentou sobre ele em sua newsletter (que você pode ler aqui, em inglês).
Unlike everything else in the portfolio, this isn't just a job. I mean, it is, but it's different.
Sertãopunk is an artistic movement, but it was born in literature. The idea was created by me and two other writers, also from the Northeast and Black (G. G. Diniz and Alec Silva), as a way of thinking about the Brazilian Northeast in speculative fiction (be it science fiction, horror, or fantasy), putting the Northeast in evidence and valuing what we have best.
It all started in 2019 when we brought the subject into discussion in the literary world, with an aesthetic proposal that combines Afrofuturism, magical realism, and solarpunk, three literary genres that respond to the most powerful aspects of the Northeast: ancestry, beliefs, spirituality, and natural powers.
With the free release of the manifesto "Sertãopunk: Histórias de um Nordeste do amanhã" on Amazon (which is now out of the platform), we reached over 1200 reviews during the publication period and drew a lot of attention; the movement went from being just an idea to being consolidated as a Brazilian and Northeastern subgenre of fiction in Brazil (including being mentioned in the official Wikipedia article about Brazilian science fiction).
American writer Charlie Jane Anders, winner of awards such as the Hugo Awards and Nebula, #5 on the New York Times bestsellers list in 2016, also became interested in sertãopunk and commented on it in her newsletter (which you can read here, in English).
Plano Crítico
Jornal O Povo
UOL - Educação e Território
Newsletter da escritora estadunidense Charlie Jane Anders, vencedora de prêmios como o Hugo Award e Nebula
O movimento ganhou força dentro da literatura e inspirou diversas obras literárias de autores nordestinos, que viram no sertãopunk um vetor pra contar as próprias histórias.
The movement gained momentum within literature and inspired several literary works by Northeastern authors, who saw sertãopunk as a vehicle to tell their own stories.
O sertãopunk furou a bolha e alcançou também o meio acadêmico. Em 4 anos, foram diversos artigos publicados por pesquisadores, no Brasil e no exterior, além de projetos de pesquisa, monografias, teses de mestrado e até mesmo atividades em sala de aula com estudantes de ensino médio.
O movimento foi tema de mesas, oficinas e e palestras no Brasil e no mundo. Falamos sobre o sertãopunk nos Estados Unidos, Portugal, Áustria e, na Inglaterra, fomos tema de uma roda de conversas também. Em 2022, ministramos uma oficina sobre o movimento no Sesc Pompéia, que reuniu pessoas de todas as regiões e estimulou a galera a produzir as próprias histórias.
Sertãopunk pierced the bubble and also reached the academic sphere. Over 4 years, numerous articles were published by researchers, both in Brazil and abroad, along with research projects, monographs, master's theses, and even classroom activities with high school students.
The movement was the subject of panels, workshops, and lectures in Brazil and around the world. We spoke about sertãopunk in the United States, Portugal, Austria, and in England, we were the subject of a roundtable discussion as well. In 2022, we conducted a workshop on the movement at Sesc Pompéia, which brought together people from all regions and encouraged them to produce their own stories.
A expansão para além da literatura continuou. O movimento inspirou obras musicais, como o álbum Space Opera, do artista cearense Arthur Cesar e o curta "2020", escrito e dirigido por Oziel Hebert e lançado em 2021 e exibido no Cinema do Dragão, em Fortaleza, como parte da mostra Olhar do Ceará. O curta está disponível no YouTube e você pode assistí-lo clicando aqui.
Todos os direitos das obras são reservados à seus devidos criadores.
The expansion beyond literature continued. The movement inspired musical works, such as the album "Space Opera" by the Ceará artist Arthur Cesar, and the short film "2020," written and directed by Oziel Hebert, released in 2021 and screened at the Cinema do Dragão in Fortaleza, as part of the "Olhar do Ceará" showcase. The short film is available on YouTube, and you can watch it by clicking here.
All rights to the works are reserved to their respective creators.
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